Já estamos acostumados e ver notícias sobre pinturas, esculturas e antigas ruinas encontradas em alguma escavação ou perdidas atrás de paredes na Europa. Roma, uma das cidades com o maior número de monumentos a céu aberto, encontra dificuldade em abrir novas linhas de metrô, pois suas obras são embargadas a cada novo tesouro histórico que os trabalhadores encontram no caminho de suas britadeiras.
O Brasil é ainda um bebe perto do Velho Continente. Entretanto, nós também já fizemos algumas descobertas históricas – embora elas não contem com mais de dois mil anos de idade. Semana passada foi a vez da Oca (espaço expositivo projetado por Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera) entrar para o radar histórico de pequenos tesouros perdidos.
Uma parede falsa escondeu um mural desenhado direto no concreto em 1954. O mural ficou esquecido por mais de 60 anos, quando foi desenhado para comemorar o quarto centenário da capital paulista – e a inauguração da própria Oca como pavilhão de exposições do parque.
Naquele evento, a Oca expôs enormes murais pintados por Tarsila do Amaral, Di Cavalcante, Clóvis Graciano e Manual Lapa, artista português. Uma das pinturas de Manuel, segundo referências textuais, representava o que teria sido a primeira missa realizada no país após a chegada das caravelas portuguesas.
O interessante é que esta pintura foi a única que não teve suas tintas colocadas em um painel de madeira, mas diretamente na parede. Quando encontrada este mês, peritos afirmaram que o painel pode não ser de Manoel após comparar seus traços com outra obra do artista. O próximo passo agora é restaurar a pintura. A prefeitura fechou acordo com o Bank Of America, que irá financiar as obras orçadas em R$ 400 mil.