A importância da obra de Bernardo Figueiredo

Seguindo o trabalho dos designers que colocaram a brasilidade na rota do design mundial, como Sergio Rodrigues e Oscar Niemeyer, o arquiteto e designer Bernardo Figueiredo (1934-2012) começou sua trajetória nos anos 1960, valorizando materiais brasileiros, como a palha, o couro e o jacarandá.

Ele se formou arquiteto em 1957, na Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro. Começou a atuar no auge do movimento modernista brasileiro, que foi impulsionado pelo desenvolvimento industrial e econômico do país.

Carreira

Bernardo Figueiredo trabalhou na Oca, loja do mestre Sergio Rodrigues, e teve a oportunidade de conviver diretamente com o mestre do design brasileiro. Teve participação marcante na concepção do projeto de arquitetura de interiores do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores em Brasília, em 1967. 

“O móvel brasileiro existe quando atende às condições próprias da nossa gente. É essa exatamente minha preocupação ao criar um modelo. Proporcionar através do conforto, plástica, materiais e autenticidade, o encontro daquilo que é acima de tudo útil para quem o procura. É uma questão de identidade”, disse Bernardo Figueiredo sobre suas criações.

Na fase mais produtiva de sua carreira, desenvolveu mais de 80 peças autorais entre os anos de 1963 e 1967. A Amak Monobloco, linha de móveis populares, foi apresentada na Feira Internacional de Berlim de 1966. A cadeira “Vicky”, a poltrona “Carioca”, a poltrona “Milhazes” e o sofá “Conversadeira” são algumas das peças icônicas de Figueiredo.

Poltrona Carioca

 

Nos anos seguintes Bernardo Figueiredo se voltou para a arquitetura à frente de seu escritório Arquitetura Espacial, no Rio de Janeiro. O trabalho como designer foi reeditado pela Schuster em 2011, um ano antes da sua morte. Foram 75 peças dos trabalhos mais emblemáticos de sua obra reeditadas pela empresa gaúcha.

“Procuramos Bernardo para ser o curador da linha de móveis a ser lançada em 2011. Mas, quando soubemos que sua obra estava fora de produção, não tivemos dúvida. Decidimos relançar alguns dos móveis desenhados por esse profissional, que faz parte da história do design nacional”, revelou Mila Rodrigues, diretora de criação da Schuster, em entrevista à época.

Exposição

Este ano, Bernardo Figueiredo ganhou uma exposição no Museu da Casa Brasileira – MCB, em São Paulo. Dividida entre o hall de entrada e as três salas principais do MCB, a mostra traz uma linha do tempo com datas e eventos importantes: desenhos, fotos de suas criações de design de móveis e arquitetura. Também fazem parte da mostra desenhos originais de projetos urbanísticos criados por Figueiredo para a cidade de Porto Seguro, na Bahia.

Imagem da mostra no MCB. Foto de Alisson Ricardo.
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