Um dos artistas engajados na renovação artística brasileira, nos anos 1920, o suíço John Graz veio ao Brasil para se casar com Regina Gomide, sua colega na Escola de Belas Artes de Genebra. Por intermédio de Oswald de Andrade, John e Regina passaram a fazer parte da vida intelectual de São Paulo.
John havia estudado decoração, pintura e desenho em seu país. De seu trabalho como pintor, expôs sete telas na Semana de Arte Moderna de 1922. No mesmo ano, fez ilustrações para a revista Klaxon, considerada o primeiro periódico modernista brasileiro.
Os quadros de John no Brasil demonstravam o seu olhar sobre o país, com uma roupagem tropical. Ele representava indígenas, paisagens da natureza, animais, festividades culturais, trabalhadores do cotidiano e narrativas históricas, como a invasão portuguesa no Brasil.
A partir de 1923, Graz começou a executar também projetos de decoração de residências, criando vitrais e mobiliários. Junto à esposa, Regina, e ao cunhado, Antonio Gomide, foi um dos nomes que introduziram o estilo art déco em São Paulo.
A integração dos elementos era uma das características do trabalho decorativo de Graz. Ele pensava em toda a composição: desde o desenho do piso até os vitrais. Trabalhou também com o arquiteto russo Gregori Warchavckik, que escreveu o primeiro manifesto de arquitetura modernista do Brasil.
A partir de 1969, John Graz passou a dedicar-se apenas à pintura. Suas viagens pelo Brasil renderam muitos quadros, que mostram o encanto do pintor pelo país tropical. Ele morreu em 1980, aos 89 anos.
Exposição na Pinacoteca
Os móveis de John Graz não foram produzidos em larga escala, pois a indústria brasileira ainda era incipiente. Mas várias de suas criações foram preservadas e fazem parte da exposição “John Graz: idílio tropical e moderno”, exibida até o dia 31 de janeiro de 2022, na Pinacoteca de São Paulo.
Com curadoria de Fernanda Pitta e Thierry Freitas, a mostra tem como núcleo central um conjunto expressivo de obras proveniente da doação realizada pelo Instituto John Graz à Pinacoteca, a seleção dos trabalhos ainda inclui empréstimos de outras instituições e coleções privadas.
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Imagens: Reprodução Instituto John Graz