Conheça o trabalho da artista brasileira Lygia Clark

A pintora e escultora Lygia Clark nasceu em 1920, em Belo Horizonte. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1947, onde iniciou seus estudos artísticos, tendo como mentor o artista plástico Burle Marx. Alguns anos depois, Lygia foi para Paris e trabalhou com outros talentos da época.

Após alguns anos, em 1954, já de volta ao Rio de Janeiro, Lygia Clark foi uma das fundadoras do Grupo Frente, movimento que propunha uma ruptura com a arte tradicional e foi considerado um marco nas artes visuais do Brasil. Neste mesmo ano, Lygia participou pela primeira vez da Bienal de Veneza, com a série “Composições”.

Interação

Em uma época em que as pessoas iam às exposições de arte apenas como espectadoras, Lygia propôs a desmistificação da arte e do artista e colocou o público como participante da obra.  “Os Bichos” (1960-1964), uma de suas séries mais famosas, é composta por obras em metal que podiam ser manipuladas pelos visitantes.

Bicho

“Um bicho não é apenas para ser contemplado e mesmo tocado. Requer relacionamento. Ele tem respostas próprias e muito bem definidas para cada estímulo que vier a receber”, escreveu Clark. Ela esteve entre os artistas do movimento neoconcreto, que pregava contra o racionalismo exacerbado na arte e propunha a experimentação.

A partir da década de 1970, Lygia Clark estabeleceu uma nova conexão com sua arte, a partir do estudo da psique humana. Ela acreditava que arte e terapia psicológica andavam juntas e que os objetos que usava em suas obras, chamados por ela de objetos relacionais, podiam curar os males da alma.

Não artista

Em seus últimos anos de trabalho, Lygia Clark passou a se declarar uma “não artista”, ou seja, ela se via apenas como propositora. Logo, então, passou a se dedicar apenas às práticas terapêuticas com os objetos relacionais. Ela realizou exposições individuais e coletivas em vários países e ganhou prêmios relevantes, como o Prêmio Internacional Guggenheim.

Considerada uma das artistas brasileiras mais relevantes do século 20, ela morreu em 1988, por um ataque cardíaco. A única grande retrospectiva de sua obra, realizada com a artista ainda vida, foi realizada em 1986, no Paço Imperial do Rio de Janeiro.

Mas Lygia Clark continua sendo lembrada em muitas exposições póstumas, como uma artista atemporal. Em 2013, a obra Contra Relevo foi arrematada por US$ 2 milhões, tornando-se, até aquele momento, a obra brasileira mais valiosa vendida em um leilão.

Contra Relevo
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