Conhecido como o “arquiteto que levou o Japão para o mundo”, Arata Isozaki ganhou o prêmio Pritzker, o mais importante da área, em 2019, e coleciona mais de 100 obras em 50 anos de carreira. Visionário, ele rompeu barreiras na década de 1980, ao ser o primeiro arquiteto japonês a projetar grandes obras na Europa e nos Estados Unidos.
Arata Isozaki nasceu em Oita, no Japão, em 1931. Ainda na adolescência, viu sua cidade natal incendiada: ali perto, acontecia o ataque nuclear de Hiroshima. Segundo ele, este foi seu primeiro contato com a arquitetura: o vazio. “Não havia arquitetura, prédios e nem mesmo uma cidade. Só quartéis e abrigos me cercavam”, disse Isazaki em um texto divulgado no site do Pritzker.
Carreira
Ele se formou em Arquitetura na Universidade de Tóquio, em 1954, e logo começou a trabalhar com Kenzo Tange, o primeiro arquiteto japonês a ganhar o Pritzker, em 1987. Isozaki se tornou o pupilo de Tange e, mesmo depois de deixar a empresa, continuou trabalhando com o mentor ao longo da década de 1970.
Arata Isozaki rapidamente se tornou reconhecido, principalmente após a construção da Biblioteca de Prefeitura de Oita, em 1966, um projeto que o levou para ser o arquiteto-chefe da Expo de Osaka, ao lado de Kenzo Tange, em 1970. O prédio de concreto da prefeitura compartilha traços do brutalismo e do modernismo.
Isozaki abriu seu escritório na década de 1960, período em que o Japão estava se reestruturando da segunda guerra mundial, em meio a incertezas políticas e econômicas. “A mudança tornou-se constante, não pude me alongar em um único estilo. Paradoxalmente, isso veio a ser o meu próprio estilo”, disse o arquiteto.
Trabalho internacional
Na década de 1980, decidido a explorar o mundo, Isozaki projetou diversas obras no exterior. Além da Biblioteca de Oita e o Museu de Arte Moderna de Gunma, ambos no Japão, a Torre Allianz em Milão, o Centro Nacional de Convenções do Catar e o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles estão entre suas principais obras.
Em 2013, ele inovou ao projetar o primeiro auditório inflável, uma estrutura móvel chamada de Ark Nova, que pode ser montada em duas horas. A ideia de Isozaki era transmitir esperança para seu país, que sofre tanto com desastres naturais. Os assentos do local foram construídos com as árvores que foram derrubadas pelo tsunami de 2011. Além disso, a estrutura desmontável segue o princípio budista da impermanência.
Prêmios
Arata Isozaki já ganhou vários prêmios da arquitetura, como o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza em 1996, mas o maior reconhecimento veio em 2019, com o Pritzker. Segundo o júri, ele “possui um profundo conhecimento da teoria e da história da arquitetura e abraça a vanguarda. Não se limita a replicar o status quo, mas desafia categorizações de estilo”.
Foto destaque: Reprodução Casa Vogue