Nascido em 1928, em Natal (RN), Abrahan Palatnik foi um famoso artista cinético, pintor e desenhista brasileiro. Filho de judeus russos, mudou-se aos 04 anos para a região onde hoje se localiza Israel. Começou a estudar arte no ateliê do pintor Haaron Avni e frequentou o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv.
Em 1948, retornou ao Brasil e se instalou no Rio de Janeiro. Pintava paisagens, retratos e natureza-morta. Junto a outros artistas de sua época, criou o Grupo Frente, um marco na evolução das artes plásticas no Brasil. Por meio do pintor concreto Almir Mavignier, Abraham conheceu o trabalho desenvolvido por Nise Silveira no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio.
Segundo Palatnik, as visitas ao hospital influenciaram toda a sua obra. Ele enxergou tanta autenticidade no trabalho dos doentes que decidiu abandonar os critérios técnicos e se aproximou da arte abstrata. Em 1949, começou a fazer experimentos de caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. As invenções, chamadas “Aparelhos Cinecromáticos”, foram apresentadas em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Esse foi um trabalho pioneiro no uso de fontes luminosas artificiais.
A partir de 1959, começou a criar trabalhos tridimensionais e quadros em superfícies bidimensionais. Apesar de ser conhecido pelas obras cinéticas, Palatnik também desenvolveu obras nas quais o movimento está presente, mas sem a interferência de motores. Nessas obras, a justaposição dos elementos cria a sensação de movimento.
Ao longo de seus 70 anos de carreira, Abraham Palatnik participou de mais de cem exposições no Brasil e no exterior. Suas obras fazem parte das coleções de importantes museus, como o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e o de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Referência por explorar as conquistas tecnológicas na arte brasileira, Abraham morreu no dia 09 de maio, vítima da Covid-19, aos 92 anos.
Foto destaque: Divulgação Abraham Palatnik