Casa Brasília: o design que convida à reflexão

Foto: Jomar Bragança

A Casa Cor Brasília abriu hoje as portas para a sua 26º edição. Pelo terceiro ano consecutivo, a mostra ocupa o antigo centro médico localizado na QI 9 do Lago Sul, um espaço de 4 mil m² divididos em três pavimentos. Em 2017, os três pavimentos da Casa Cor serão ocupados por 44 ambientes e o goiano Leo Romano é o responsável por um deles.

Os trabalhos de Léo Romano em mostras de arquitetura se destacam. O arquiteto gosta de aproveitar a oportunidade para sair do lugar comum que é a simples projeção de um ambiente de uma casa – algo que ele já faz para seus clientes. Sem nenhum pré-requisito que não sua criatividade, usa as exposições como um espaço de experimentação.

Em São Paulo o espaço de Leo, batizado de Casa Brasil, foi um convite à reflexão, uma provocação que convida o visitante a pensar o momento pelo qual passa a política nacional. Em Brasília não foi diferente. O arquiteto usou o gancho deixado em sua passagem pela capital paulista e usou como ponto de partida para a concepção da Casa Brasília a atual situação política do país. Nada mais justo, já que agora a casa está no centro de todo o furação político: a capital federal.

A cor da cédula de 100 reais define a paleta de cores do ambiente. Assim, o cinza e o azul tomam as superfícies dos móveis e das paredes, piso e teto. O layout faz alusão aos espaços de convívio de uma casa, como a sala de estar e jantar. Leo é preciso na curadoria e exibe o melhor do design nacional. Peças de Jorge Zalszupin dialogam com Carlos Mota, Sérgio Rodrigues e do próprio arquiteto – desembarcadas em Brasília pelo Armazém da Decoração.

Contudo, é a arte quem define a atmosfera proposta. Nesse sentido, música e imagens nos despertam para a ganância do homem que tudo faz para o enriquecimento. Mais uma vez a artista Iêda Jardim é convocada para participar com os objetos de arte, que acabam por ser os elementos capazes de despertar o conceito pretendido por Leo. Ele é breve e preciso: faz do design de interiores seu discurso. Chama a atenção para o nosso tempo. Com poesia, mostra que a arte e o design também é um caminho para a conscientização e transformação humana.

 

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