Bienal de Berlim provoca o público e divide a crítica

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Como o assunto da última semana foi bienal, não poderíamos deixar de falar de mais uma: a Bienal de Berlim, que encerra suas atividades no próximo domingo (18). Assim como a Bienal de Londres, que trata do futuro e da utopia, o tema desse ano proposto pela exposição alemã é a reflexão acerca dos paradoxos contemporâneos.

A aliança da arte com o produto foi um dos pontos da mostra que puxou o coro da crítica. Em 2016, a 9ª edição da Bienal de Berlim convidou para a curadoria da mostra não um artista, mas sim um coletivo fashionistas de Nova York que trabalha na DIS, revista de arte e comportamento, formado por Laura Boyle, Solomon Chase, Marco Roso e David Toro.

A ideia do grupo de curadores foi colocar em pauta a discussão e o questionamento sobre o presente desconhecido e imprevisível da sociedade. Para isso, intitularam a mostra de The Present in Drag (O presente travestido). Em meio às amarras de um mundo tecnológico que borbulha transformações, a curadoria se baseou nas discussões trazidas pelos palestrantes do TED.

Em entrevistas no início da exposição, explicaram que as obras têm por objetivo mexer com os visitantes e deixa-los angustiados, no lugar de falar sobre angustia e deixa-los ansiosos, no lugar de falar sobre ansiedade. “A 9ª Bienal de Berlim materializa os paradoxos que formam o mundo em 2016: o virtual como real, nações como marcas, pessoas como dados, cultura como capital, e por aí em diante”.

Foi com esse proposito que 120 artistas criaram instalações espalhadas por toda a capital alemã, com obras que transformaram países em grandes empresas e spans (propagandas em emails) em cartas íntimas. Até equipamentos de ginastica foram instalados no pavilhão para que os artistas conduzam aulas de exercícios físicos aos visitantes. O objetivo de cada obra e instalação é provocar algum sentimento em que vê: repulsa, estranhamento, angustia ou ansiedade. É um mundo novo que a arte tenta explicar.
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