Em um país que possui na certidão de nascimento apenas 500 anos de idade, palácios e castelos não fazem parte da sua paisagem. Imaginar castelos abandonados seria quase uma heresia. O Velho Continente, por outro lado, é cheio deles. Estima-se que mais de 300 palacetes estão esquecidos nos pequenos vilarejos europeus e esses castelos se tornaram cenários para que o fotógrafo francês Thomas Jorion registre com sua câmera.
A redescoberta desses locais pelo fotógrafo não é ideia nova. Thomas já havia direcionado suas lentes para espaços abandonados em outros ensaios fotográficos. Sua especialidade é tirar fotos de ruínas urbanas e edifícios condenados e espaços que já não servem aos propósitos para os quais foram construídos.
Nesta nova empreitada, o parisiense decidiu trazer para o debate a relação do esplendor com o declínio. Sua fotografia explora o elo dos espaços construídos com as ruínas que nos incitam a repensar a relação da materialidade com o tempo. E tempo é a palavra chave do ensaio Paleis Oubliés (palácios esquecidos).
Em seu site, o fotógrafo define seu trabalho como a percepção que temos do tempo. “Eu viajo o mundo com uma ideia em mente que é encontrar ilhas atemporais dentro de lugares fechados e abandonados”, explicou.
Jorion voltou suas lentas para os palácios abandonados, e condenados pelo decurso do tempo, em cidades da Itália, Suíça e Alemanha. Ao capturar a beleza e sua paradoxal ruína, conseguiu unir em uma mesma imagem a crueldade da passagem dos anos com a exuberância eterna dos castelos europeus.
Imagens: Thomas Jorion