Nós já nos apaixonamos pelo design escandinavo em publicações anteriores, antes mesmo de falarmos no nome de Poul Kjaerholm. O designer nasceu em 1929, porém teve sua criação abruptamente interrompida no início dos anos 1980 por um câncer de pulmão. Seu nome, por outro lado, não desapareceu prematuramente e atravessou as fronteiras de seu país.
Quando do lado de fora as temperaturas chegavam a inimagináveis números negativos, os escandinavos se especializaram em criar confortáveis e elegantes peças mobiliárias – o que faz todo o sentido, pensando que a maior parte do ano a vida acontece da porta para dentro.
Fascinado pelo design mobiliário, Kjaerholm buscou inicialmente formação como marceneiro. Seus estudos posteriores foram com nomes como o de Hans J. Wegner na Escola Dinamarquesa de Artes e Ofícios. Curioso é que, na contramão de seus colegas de região, Poul não viu na madeira a estrela de suas peças.
Certa vez Poul Kjaerholm defendeu o aço afirmando que o material possui o mesmo mérito artístico da madeira e do couro. “O potencial construtivo do aço não é a única coisa que me interessa; a refração da luz na sua superfície é parte importante do meu trabalho artístico”.
O aço foi o protagonista das coleções mobiliárias de Poul Kjaerholm. Sua linha mais famosa foi batizada com as iniciais do designer (PK) e ajudou a construir a imagem do design escandinavo como a conhecemos atualmente – simples e elegante.
Sua peça mais famosa, a icônica PK24, integra o acervo de museus como o MoMA, o Victoria & Albert e o Vitra Design Museum. Além da exuberância natural da peça, a PK24 foi criada sob o princípio do “equilíbrio neutro” desenvolvido pelo próprio designer. As principais partes do móvel não possuem conexão física entre si, ou seja, são ligadas exclusivamente pela gravidade e pela fricção entre os elementos.