Falar de design nacional sem mencionar o nome de Sérgio Rodrigues, bossa nova sem lembrar de Tom Jobim ou pintura sem suspirar pelas obras de Picasso é um erro tão grava quando comentar sobre moda sem falar em Karl Lagerfeld. Karl é hoje o novo nome da Chanel, mas seu trabalho vai muito além que representar a Maison de Grabrielle Coco.
O alemão nasceu em 1935 na cidade de Hamburgo e se especializou no mundo da moda, embora também seja conhecido por seus trabalhos como fotógrafo, editor e diretor de cinema. Para reconhecê-lo, basta prestar atenção em seu estilo – quase marca registrada – de cabelos brancos, colarinho alto e óculos escuros.
Foi na cidade da luz que Karl se especializou em desenho e história após terminar o secundário no Liceu Montaugne de Paris. Nesse período trabalhou em alguns ateliers de renome e apresentou algumas coleções de alta costura, entretanto assinadas como Roland Karl. Nos anos 60 transitou da haute-couture ao prêt-à-porter sem muita dificuldade.
Lagerfeld começou como freelance para casa de moda francesa Chloé, em 1964, projetando algumas peças para cada coleção. Suas criações foram fazendo cada vez mais parte dos looks da marca que ele logo foi projetando toda a coleção. Sua coleção Chloé para a Primavera de 1973 ganhou as manchetes por oferecer algo ao mesmo tempo “alta moda e alta acampamento” e seu nome não parou de circular no mundo das passarelas.
Em 1983 Lagerfeld foi nomeado diretor artístico pelo conjunto de suas coleções de alta costura, prêt-à-porter e acessórios da Chanel, sobre os quais possui plenos direitos atualmente. Seu estilo inovador e cosmopolita se comprometeu em manter vivo o espírito de Coco Chanel, morta em 1971.
Tirando um pouco o foco da moda, Karl abre em 1998 a Lagerfeld Gallery, dedicada à fotografia. No campo da fotografia produziu a série Visionaire 23: Roupa Nova do Imperador, fotos nuas de modelos e celebridades. Ele também fotografou pessoalmente Mariah Carey para a capa da V magazine em 2005. Em 2004 desenhou, para a Maison Chanel, selos do santo Valentino (dia dos namorados) que foram emitidos pelos correios franceses.
Seu nome é sempre lembrado como o representante da Chanel, mas Karl realiza trabalhos onde assina apenas seu nome – sem se associar à marca. Sua capacidade de capturar, antecipar e interpretar as tendências de amanhã é infalível e seu jeito cartesiano não o fazem perder nenhuma fonte de inspiração.