A influência do design nacional

28-Joaquim Tenreiro
Conhecido como pioneiro do modernismo brasileiro, o marceneiro fez nome no design mobiliário nacional junto com Sérgio Rodrigues e Zanini de Zanine. Já sabe de quem estou falando? Sim, de Joaquim Tenreiro. Como muitos designers que influenciaram de forma considerável mobiliário brasileiro, Joaquim não nasceu no Brasil.

Exímio artesão de madeira, Tenreiro teve de onde puxar seu talento. Filho de marceneiro, o designer começou a brincar com as ferramentas do atelier de seu pai com o mesmo entusiasmo que seus colegas brincavam de carrinho e jogavam bola. Após ter vivido breves períodos no Brasil quando era ainda jovem, o português decidiu adotar o país como sua nova casa e a carpintaria como sua nova profissão.

No Rio de Janeiro, o tímido marceneiro se inscreveu em um curso de desenho mantido pelo Liceu Literário Português e, dois anos mais tarde, seria um dos membros mais ativos do recém fundado Núcleo Bernardelli. Nascia ali outra vertente de seu trabalho, a pintura. Além de carpinteiro e designer de móveis, Joaquim Tenreiro ficou conhecido também como projetista, pintor e escultor.
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No ramo mobiliário, sua primeira peça – respeitando bem o estilo moderno que conhecemos bem do mobiliário de Sérgio Rodrigues e Jorge Zalszupin – foi criada em 1942 para a residência do médico e colecionador Francisco Inácio Peixoto. Foi nesse momento que Tenreiro parou de produzir móveis para realmente projetá-los em seu estilo único.

O designer abandonou, no início dos anos 1940, as práticas recriar móveis em estilo clássico europeu. Na época trabalhava na Laubisch & Hirth, especializadas em fornecer peças imitativas dos velhos estilos franceses e italianos. Com o trabalho para Francisco Inácio, Tenreiro abandonou os clássicos, deu uma nova visão moderna ao mobiliário nacional e criou sua primeira peça autêntica.

O sucesso não era tudo e Joaquim decidiu, em 1967, entregar sua última encomenda de design – a decoração do salão de banquetes do Palácio Itamaraty em Brasília. Nesse período resolveu fechar oficina e lojas para, de então por diante, dedicar-se exclusivamente às artes plásticas.

Liberado de seu compromisso com o Desenho Industrial, Joaquim assinou grandes obras nas artes como o painel para a Sinagoga Templo Sidon na Tijuca, a portada da Capela Ecumênica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e os dois painéis em fibra de vidro realizados em 1975 para o novo auditório do SENAI na Tijuca.

O desejo de Joaquim Tenreiro em contribuindo com o design mobiliário morreu mais de 20 anos antes do artista, mas suas peças continuam vivas e inspirando novos e respeitados talentos do ramo mobiliário.

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