Lembrando o esquecido

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Uma pequena intervenção, geralmente pintada de azul, avistada pelos esgotos de São Paulo e pronto! está identificado o trabalho de José Augusto Amaro Capela, conhecido como Zezão. Zezão começou a conquistar crítica e público na década de 1990 com os seus grafites espalhados pelos espaços subterrâneos da capital paulista. O interessante em seu trabalho é a abordagem: o artista sempre traz os aspectos políticos, sociais e ecológicos para sua intervenção urbana.

A arte de rua de Zezão, que ganhou também as galerias, chama a atenção para temas urbanos urgentes como violência, abandono, poluição e pobreza. Pintando paredes de canais de esgoto e galerias de águas pluviais, casas abandonadas, becos desertos e vãos de viadutos, tudo pode se transformar em arte e toda arte pode tocar o homem e instigar seu senso crítico. Os desenhos abstratos de Zezão estão estampados nos locais mais esquecidos pelo poder público justamente para serem lembrados, mas acabam fazendo uma composição com o ambiente.
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Ao levar cor a locais marginalizados pela sociedade, seu trabalho ganhou uma dimensão político-social reconhecida por críticos e curadores ao redor do mundo. Os grafites de Zezão podem ser vistos em muros, paredes de esgotos e viadutos de cidades como Nova York, Paris, Londres, Hamburgo, Basileia, Los Angeles, Florença, Frankfurt e Praga.

O artista expõe seus trabalhos de grafite e colagens também em galerias de arte e museus com mostras individuais e coletivas realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e em países como Alemanha, Suíça, Argentina e Inglaterra. Atualmente, seu trabalho está exposto na Zipper Galeria com uma linha de abordagem que esbarra entre o rude e o poético, a obra de Zezão fica exposta na galeria de São Paulo até o dia 9 de agosto.
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